Se me ponho a escrever, a escrever, tudo verte. Estou doente, tive febre,
tenho dores no corpo. O meu pai anuncia Gripe.
Mais uma, das muitas que virão. E se me ponho a escrever, a escrever, o
mal-estar da gripe, está tudo perdido. Num espirro não vai caber a dor de
olhos. Dou por mim a sonhar que caem das órbitas. Desculpem, mas a gripe, a
febre e o estado de escrever, escrever, não devem ser muito compatíveis.
Então, sentada, com dores, ate nos joelhos, arranjo forma de me fazer
exprimir. Tudo é em demasia, agora e já. Pesada na gripe, nas dores, na febre
de ontem, no sono teimoso e inconstante. A escrever, a escrever, sem sentido
nenhum, por que não posso tomar sentido. A febre proibida, que grande açoite
levei. Está bem.
Próxima fase. Anti-histamínicos, anti-piréticos, chá. Leite com mel. A língua
áspera de tanto doce. Não acalma. Ai a febre e as dores. Tanto que fica por
fazer. Mas eu ponho-me a escrever, a escrever! A vida não me manda parar de
escrever. Como me sinto Portuguesa, enrabichada na dor da escrita. Anedotas fora
de horas, talvez façam sentido quando me baixar a febre e a tosse.
Quando passar, mais uma próxima fase. É assim que se faz. E eu
continuarei a escrever, a escrever. Talvez um dia directa ao assunto, que já
mete nojo. Nojo!
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