30 dezembro 2011

C'est le temps des grandes métamorphoses



There is no easy way to bathe a hummingbird.
- Kehlog Albran

http://malamai.tumblr.com/page/569

A circunspecção está ultimada. A do Ano. E a da Ana. E nem foi preciso fechar para balanço. Tenho este hábito, que faz parte do meu diário de bordo e é permanente. Sou daquelas pessoas que está permanentemente a pensar e que, mesmo assim, às vezes cede aos impulsos, sejam bons ou maus. Não interessa muito. Penso já ter partilhado que valorizo mais a riqueza dos gestos espontâneos e leais, do que os delineamentos conjecturados à luz de círios sem material que os inflame. 

Gosto de Colibris. E de chocolate. Já sabia isso. Mas apetece-me concluí-lo e escrevê-lo, dizendo-o sem temor que me caia a mão celeste do castigo pelas costas abaixo.

Tenho ancas, pele e braços, que no curso do 2011 me ficaram leves umas quantas vezes. E tenho saudades disso. 

Tenho ossos, cabelos e pernas, que muitos passos deram presos ao quero e não quero, posso mas não posso, sinto e sim, eu sinto

Tenho olhos, dedos e ouvidos que encontraram, deixando-se trespassar, por sons deliciosos, que vão muito para além do tom final. 

E gosto de chocolate. Mas abandonei os tubos pretos e longos, trocando-os por cigarros mal enrolados, porque tento deixar de ser gulosa e ter entendido que há coisas que devemos saborear mais ao longe, escondidos atrás de um pilar qualquer que nos proteja.

Li muitos livros. Trouxe-os para junto de mim. Risquei-os sem querer com o verniz vermelho das unhas. Também os dobrei, em algumas pontas e ao meio. Conheci-os. Até me deparei com um que me enfia num estado paranóide por achar que fala comigo, só comigo. Leio-o devagar, como nunca li nada. 

Ultrapassei o esconde-esconde da minha escrita, firmando letras para quem me lê. Estou orgulhosa de mim e da gatinha deitada no meu colo, por iniciativa própria, sentindo que nos momentos em que caceteio teclas ou sulco cadernos, é no meu colo que ela fica bem. 

Fiz tantas mais outras coisas. Mas sobretudo senti. Muito e profundamente. Segui a dica conquistadora e passei a espreguiçar-me na cadeira. Desde aí, faço-o sem elevações de pudicícia. É tão bom. 

A seguir, a partir de domingo às 00.00h, em que todos saltamos em cima de um pé, damos abraços e rimos, tendo mil e um rituais a fazer, os quais não me incomodam nada, vou continuar tudo o que decidi vaticinar aqui. É o que levo comigo, prevendo que será afortunado.


Por isso, Feliz Ano Novo. Handle it with care.



Ana

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