Ultimamente avivo
ideias e tempo em cima de filmes franceses. Dizem alguns que os filmes
franceses, feitos por franceses, são muito psicológicos. Não fossem os
franceses raça europeia. Mais não posso dizer, deixo apenas um cristal – nas minhas
andanças clínicas, os casos mais difíceis têm nomes franceses. Quase-mulheres, cheias de enigmas austeros,
que se assaltam e sovam mais do que a saúde mental consente. Mas esses são escritos que não compartilho
aqui. Nem acolá. São confidenciais (gosto desta frase).
Confesso nunca ter lido Christophe Honoré, um gajo novo, 41 anos, francês, escritor e director de filmes. Irrita-me, o gajo. Em 1999, escreveu quatro livros. Como é que ele fez? Não faço ideia. Mas deve ter tempo de sobra. Imagino eu. Ou prefiro acreditar. Ainda por cima, o gajo consegue ser francês e ter tido a sua pinta, o que é anormal. Posso pensar que, se calhar, a culpa é do Photoshop e o gajo afinal é um típico francês, sem piada nenhuma.
Olho para o lado. A Guiné está a comer os meus antigos poemas.
Voltando ao gálico,
o gajo tem também uma porrada de filmes. O último, deste obtuso ano de 2011, chama-se
Les Bien-aimés, dramático e sonhador
(se é que essas duas dimensões podem ser dissociadas uma da outra), está também
cheio de música. E de sapatos de salto-alto.
Olho para o lado. A Guiné está a tentar
aniquilar um micro mosquito, na janela. Chia subtilement enquanto tenta a caça. Oh, les chats!
Escolho este
para começar. Nas críticas li que fala do Amor
e das suas qualidades – doce e amargo (…)
leve e doloroso – ainda por cima Europa fora. Mantenha-se ela hipócrita na política
socioeconómica, é o proscénio de excelência para nos arrebatarmos pelo agridoce
delito de alagar o seio dos amantes.
Cá está un petite odeur…
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