09 dezembro 2011

Cotovelos dobrados




A escrita fortuita é a mais tempestuosa. Condiz com o estado de ânimo de quem toma a rédea do que é necessário ser assente na folha. Estilhaços perpetrados, cativos da figura por trás da porta, que os solta letra a letra. Lento ou rápido, os fragmentos coordenam e maduram qualquer coisa. Os cotovelos passam a articular melhor, já sem rangerem, numa cadência de contratempo ampliado.

Contratempo. Contra o tempo. Jogral inocente jogado no caos criativo, em que o número de páginas se subordina intimamente à letra, à impetuosidade, à paixão da persona que edifica o contíguo inteiro – um todo que se podia continuar infinitamente.

Quem conta histórias, conta mistérios insondáveis, tornando os seus leitores atentos mais esfíngicos do que o curso que se deu. É como um tango ao luar, dançado em cima de um jardim salgado.





2 comentários:

  1. Gosto muito daquilo que escreves Aninha, tens muito jeito, já reparei que escreves todos os dias e eu admiro muito isso, cada coisa que escreves é a cada dia mais profunda. Gosto de ler! :)

    Um beijinho, Cherry. ;)

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  2. Oh meu anjinho... Estive de férias... É mais fácil por haver tempo de sobra :)

    Tb escreves mt mt bem Mimi

    Beijinho grande

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