Antes que acabe a bateria do 1 do 1 de 2012, venho
só dizer que foi um dia deliciosamente silencioso. Só dei conta dos meus
pensamentos e do sonho – a meio da tarde, habitando um dia inteiro onde deveria
estar.
É caricato como vivemos os sonhos. Dou-me conta que
maior parte das pessoas ficam perenemente temerosas daquilo que guardam debaixo
da cama, ao invés de os acariciar por debaixo dos lençóis. Como devia ser. Digo-o
propositadamente. E afirmo com desígnio bruto e categórico.
Amanhã o silêncio finda. Será dia de deitar e
rolar. Para fora e para dentro. Amanhã haverá tempo para pausar a busca
incessante do tempo, construindo-o na mesma, afincando trejeitos de quem conduz
o leme. Só não sei onde. Se ao menos me devolvessem a bússola.
(...)
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