22 janeiro 2012

a estética para além dela mesma


O que são linhas para além de linhas?

Pousem-se esboços perfeitos, riscados com inerrância e que seguem a receita infalível. Há muito a perceber. Vive, em cada quadrado, uma imagem que extrapola a invenção do concreto.

Conhecer estas linhas das cores simples, resolvidas de azul que se amalgamam de um ruborizado fio, é prender nos olhos a latência do movimento que paira em algum lugar. Aposto que esse será à escolha do freguês, que não fica indiferente e estupefacto ao entender a levitação das linhas – azul-cobalto / vermelho cádmio / azul-cobalto / vermelho cádmio / azul-cobalto / vermelho cádmio/ (…). O Pintor não se incomodará.

Ontem na Extéril, ali ao Bonjardim Norte, encontrei-me com o Artista, que falava com pessoas que o haviam ido ver. A ele e às suas linhas “X 30”. Tudo me pareceu cuidado para abrigar cada composição no esconso ideal, perpetuando a dança imparável dos espaços que os traçados das cores assentam.

Claro que gostei. É sempre prazeroso olhar objectos bonitos. É sempre prazeroso saber, uma e outra vez, que as coisas simples são parte de um bilhete de viagem. E neste caso, de rondas flutuantes de uma simplicidade aparente, escondida na projecção que as linhas coloridas impõe.

O Pintor é Leonel Cunha. O mesmo que me surpreende cada vez que aparece com algo novo, perpetrado pelas suas mãos que continuam uma sensibilidade que só conheço nele.

E está aqui, por exemplo. http://www.leonelcunha.net/.

E a exposição, onde se podem ver as peças, mantém-se até 10 de Março aqui https://www.facebook.com/Exteril.

texto da fotografia: Leonel Cunha

Lu
(por que para o Pintor eu sou apenas Lu)

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