05 agosto 2012

A inexistência do óbito


Não me morra o bailado
Expulso do físico
Zangado com a tona trilhada
Convidativo, que excita o timbre
Alegre arrepiado
Volúvel ao toque
Consagrando arrimo engenhoso.

Por ser panorama mais plácido,
Evocando tanques parduscos,
Não me tomem por defunta
Na corredura interiormente aos braços,
Os que são enleios,
E ausentam-se do sangue a acontecer
Como quem quer engolir o cosmos.

Interrompendo a meio
As laranjas tardias que lanchei
Dulcificadas com sacarose
Traduzem, pois
Formas de cavaletes sem quadros
E tintas que jorram constantes.

O capitular do dia lateja
Recostando o silêncio
E cancelas o candeeiro
Só já se sente a oficina fotográfica
Afincada nas chapas
Sem auxílio nenhum.

Prender não é, todavia, morrer.

Ana Luísa

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