a memória compõe-se de estilhaços de vidro que já não se vêem. sentem-se.
é difícil, senão até impossível, ser-se dono de um vidro límpido, mondado e que possa reflectir uma imagem contornada como um sólido. há sempre algum risco no vidro. há sempre qualquer coisa a atrapalhar a perfeição.
na mente, tudo isto se torna caleidoscópico. não é, então, magnífica a cura, temporal, lenta e indecifrável, daqueles cortes nas mãos, feitos nos riscos do vidro estilhaçado que se permitiu partir?
só vejo infinitos caminhos saírem dai. e isso, apesar de tudo, agrada-me.
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