08 novembro 2012

roldanas



Roldanas e encaixes
Giros em círculos perfeitos
Sem desgaste corpóreo
Que se afigure possível
Só nos olhos.

Espelhos da alma
Que fitam ares aéreos
Etéreos.

Mãos, nas mãos
A segurar dedais
Empecilhos insubstituíveis
Impossíveis de repetir
O que já foi, lá está.

Nada muda,
Altera, cambia
E são sinónimos.

A dar de mão beijada
Entregas em bandejas prateadas
De um oiro branco
Cheio de dedadas,
Marcas por limpar.

Pois há aquilo
Que não se limpa,
Não aclara.

Retorna de repente
Com demoradas expectativas
Na salva,
Gratuito e brindado
Sem dó nem piedade.

Cai nas rodas
Das roldanas repisadas,
A espalhar fumo.


Ana

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