O Tempo é um fio deslaçado, cheio de nós apertados, uns nos outros, caídos, como se existissem para escorrer por ele fora. O Tempo tem voltas e volumes. Tem listas, lados, versões, dietas. Tem tudo e não tem nada. É ambíguo, fugidio, colorido, imundo. É como ir a todo o lado, agarrar com ambas as mãos e deixar cair aos pés. Para trás!
Para trás não já nada.
O Tempo não é de ninguém. É impossível e intransigente. Engana sem dó-ré-mi e de piedoso apenas tem o tic-tac. Tem a agenda preenchida e tem pelo menos duas mulheres - uma meiga, outra seca. As maleitas são distribuídas pelas duas. Ambas lêem. Ambas choram. Ambas riem e o Tempo é igual. Sempre igual, tem uma agenda preenchida.
Afinal, era só isso.
Deixa para trás uma música. E não é a que se dança, ouve ou abraça. Despede-se escondido, sem um adeus, sem palavras, sem conteúdos. Por lhe doerem as mãos. E os pés. O Tempo toma a opção e não fala. Muda de cena e segue em frente. Para trás nada há. Só aquela harmonia. Errada e dissimulada.
Salvem-se os que ainda têm máquinas de calcular.
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