O Tempo é um fio deslaçado, cheio de nós apertados, uns nos outros, caídos, como se existissem para escorrer por ele fora. O Tempo tem voltas e volumes. Tem listas, lados, versões, dietas. Tem tudo e não tem nada. É ambíguo, fugidio, colorido, imundo. É como ir a todo o lado, agarrar com ambas as mãos e deixar cair aos pés. Para trás!
Para trás não já nada.
O Tempo não é de ninguém. É impossível e intransigente. Engana sem dó-ré-mi e de piedoso apenas tem o tic-tac. Tem a agenda preenchida e tem pelo menos duas mulheres - uma meiga, outra seca. As maleitas são distribuídas pelas duas. Ambas lêem. Ambas choram. Ambas riem e o Tempo é igual. Sempre igual, tem uma agenda preenchida.
Afinal, era só isso.
Deixa para trás uma música. E não é a que se dança, ouve ou abraça. Despede-se escondido, sem um adeus, sem palavras, sem conteúdos. Por lhe doerem as mãos. E os pés. O Tempo toma a opção e não fala. Muda de cena e segue em frente. Para trás nada há. Só aquela harmonia. Errada e dissimulada.
Salvem-se os que ainda têm máquinas de calcular.
31 dezembro 2012
25 dezembro 2012
Ciclos rápidos x Cerejas de Natal
Na primavera fala-se das cerejas e do sol e assim. Só gostava era que as cerejas e o sol e assim levassem o espirito natalício nos seus sabores.
É que se esvai, rápido, numa impavidez arrepiante.
Ágapes todos os dias seriam possíveis, na árvore de Natal ou debaixo da cerejeira. Restam no fim do dia, protagonistas.
E no fim do ano de dois mil e doze continuam as ideias sobre os ideais do ano que acabou há 12 meses.
Boas ____!!!
É que se esvai, rápido, numa impavidez arrepiante.
Ágapes todos os dias seriam possíveis, na árvore de Natal ou debaixo da cerejeira. Restam no fim do dia, protagonistas.
E no fim do ano de dois mil e doze continuam as ideias sobre os ideais do ano que acabou há 12 meses.
Boas ____!!!
10 dezembro 2012
desistências e explosões
desistiu do baton. queria sentir os lábios secos.
desistiu do verniz e da lima da unhas. queria partir as pontas e sentir as mãos toscas.
desistiu dos vasos. queria ser a única a respirar. já não tolerava a fotossíntese assistida.
desistiu de olhar para o chão. queria perceber se aguentava de pé se tropeçasse.
desistiu de uma mão cheia de coisas. precisava de fazer espaço de bagagem. decidiu-se por frases curtas. falar menos. pensar mais. ser eloquente mas só por dentro. para que o mundo não lhe tirasse mais nada.
então, calou-se. e nesse momento o mundo eclodiu à frente dela.
Subscrever:
Mensagens (Atom)