Não passas de um dia de inverno fora d'horas. Tu és somente o dia antes de amanhã, sempre no bater do relógio que não pára.
Tu choves na primavera como se fosse Novembro, porque te apetece. Podes, não é? E assim brincas com o coração que apertas de me levares para longe o Jorge.
- Jorge, estarei sempre à distância de um skype. Tem isso presente.
Ao menos isso.
Vou ignorar que hoje tu sejas frio e chuvoso. Vou-me estar a marimbar para que sejas cinzento e húmido.
Hoje és só mais um dia que antecede outro dia que me prolonga as distâncias.
Aprendo-me cada vez com as pessoas no meu centro cardíaco. Aguento. Como os outros. Quer tu chovas, quer não.
A vida justifica os aviões. Tira companhias à chuva, ao sol, no sofá, no café, na música. Mas deixa-as mais próximas nos meus olhos.
É só por isso que tu podes tornar-te dilúvio hoje. Não te temo. Tenho abraços importantes a dar. Conselhos de irmã mais velha, a que fica e não sabe se não esperar voltas e aeroportos ansiosos.
Ao Jorge só lhe peço calma. A ti... Olha, chove para aí que nem te vou olhar.
Lu
17 maio 2013
12 maio 2013
vês!?
na caixa cheia havia um barulho que não parava de bater.
sempre certo. lentificado. sempre troando.
barulhos à parte, não havia nada se não uma caixa por arrumar, cheia de tudo, sem poiso ou lugar.
a vastidão que lhe ia dentro afinal não lhe servia de nada. incómodo barulho que chama por duas mãos para a arrumar. ninguém chega. ninguém lhe liga.
ninguém...
não que quaisquer braços e olhos lhe servissem.
a caixa era só uma caixa, cheia de tudo. nada lhe podia faltar.
servia-lhe só o silêncio de fundo e o tom-tom-tom-tom nascido pelo meio dessas tantas coisas que tinha. essas que pareciam tudo.
sempre certo. lentificado. sempre troando.
barulhos à parte, não havia nada se não uma caixa por arrumar, cheia de tudo, sem poiso ou lugar.
a vastidão que lhe ia dentro afinal não lhe servia de nada. incómodo barulho que chama por duas mãos para a arrumar. ninguém chega. ninguém lhe liga.
ninguém...
não que quaisquer braços e olhos lhe servissem.
a caixa era só uma caixa, cheia de tudo. nada lhe podia faltar.
servia-lhe só o silêncio de fundo e o tom-tom-tom-tom nascido pelo meio dessas tantas coisas que tinha. essas que pareciam tudo.
08 maio 2013
ao tempo.
O tempo colide comigo.
Esbarro-me!
Versões do tempo. A versão do longe, longe, longínquo. A distância do tempo. O tempo por dentro. O tempo do relógio.
Tic-tac.
Tudo igual. Menos eu.
Esbarro-me!
Versões do tempo. A versão do longe, longe, longínquo. A distância do tempo. O tempo por dentro. O tempo do relógio.
Tic-tac.
Tudo igual. Menos eu.
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